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A consultoria NTT Data publicou um estudo com as tendências do setor de energia com foco nos investimentos realizados em startups. De 2018 a 2020 foram aplicados mais de US$ 6,4 bilhões nessas empresas somente no segmento energético com foco em tecnologia, montante aplicado pelos 33 maiores operadores globais nessa área.

O relatório, que está disponível para download, analisou 258 eventos de investimento, realizados no período por 32 fundos de capital de risco corporativos, em até 148 startups no setor de energia. De acordo com a publicação, os investimentos no setor de energia elétrica lideram o cenário de investimentos em comparação aos realizados em Petróleo e Gás, Mobilidade e Tecnologias em número de eventos, foram 143 no período em análise.

O relatório destaca que as startups de Petróleo e Gás constituem 59% do total de investimentos, enquanto o setor de Serviços Públicos representa 41%. Mesmo com um número aproximadamente similar de investimentos, as empresas de Petróleo e Gás respondem por 77% do valor total investido, com um volume médio de investimento de US$ 48 milhões, em comparação com a média de US$ 18 milhões para as startups de Serviços Públicos.

Dentro do setor, a energia na modalidade descentralizada representa a área de investimento mais relevante, acumulando 42% destes aportes. Na liderança aparece a petrolífera anglo-holandesa Shell, que participou de até 15 eventos de investimento, quase o dobro da segunda corporação que mais aposta nesta área, a também petrolífera francesa Total.

As áreas de investimentos são dispersos mas com foco na transição energética. Foram registrados aportes em em armazenamento em baterias. O uso da energia solar por meio de instalações comunitárias que podem ser acessadas pelos moradores de uma área próxima, evitando a necessidade de instalar sistemas fotovoltaicos em todas as casas que consomem a energia investida pela Total.

“Ambos os casos exemplificam uma tendência de investimento em startups com modelos baseados na distribuição de recursos energéticos”, aponta a NTT Data.

Entretanto, as fontes renováveis em larga escala continuam a ser uma área de foco para investidores de capital privado. Tanto para a geração de grande porte com eólica onshore e offshore, solar e também na digitalização centrada em facilitar a conexão entre os diferentes agentes que compõem o ecossistema de energia renovável: vendedores, compradores, consultores e financiadores, com o objetivo de acelerar os prazos.

Com apenas dois investimentos, o armazenamento de energia em escala de rede é o campo com o menor volume registrado, somente a Shell e a Engie realizaram apostas nessa área em startups.

“Este novo modelo energético, como previsto, reduz as altas barreiras de entrada que existiam no passado. As inovações também permitem a entrada de novos agentes capazes de desempenhar um papel relevante no setor, desafiando as grandes empresas tradicionais. Isso está levando à consolidação de um ecossistema onde o talento é distribuído entre os diferentes agentes, tornando a colaboração entre eles essencial para liderar a mudança de modelo que o setor atravessa”, avalia a consultoria.

América Latina

A região onde está localizado o Brasil é considerada de grande potencial. Até o momento, a maior concentração está relacionada com a energia hidrelétrica, embora todos os países da região possuem as condições necessárias e são vistos globalmente como uma fonte potencial de energias renováveis.

Entretanto, o contexto internacional reacende o interesse pela geração de gás, segmento em que se destaca o potencial de países como Bolívia, Venezuela, Brasil e Argentina. Isso sem considerar as ricas reservas existentes de combustíveis fósseis. E por ser uma geografia que recebeu pouca atenção, os grandes fundos de investimento têm mais oportunidades para explorar na América Latina que em qualquer outra região do mundo.

E o potencial de oportunidades aqui é maior do que em qualquer outra região. Isso porque, uma análise regional aponta que apenas 2% desse número geral do relatório foram destinados a empreendimentos sediados na América Latina. Entretanto, continua o relatório, a visão é amplamente positiva com relação ao futuro. A região presencia o crescimento de seus ecossistemas inovadores, graças ao impulso que as grandes corporações proporcionam ao talento e às startups de uma mesma região.

Segundo a NTT Data, a América Latina começa a mostrar um potencial significativo na criação de startups de base tecnológica, com investimentos totais na região crescendo dois pontos percentuais.

E o futuro, aponta a consultoria, é para áreas de investimento focadas nos 3D do processo de transição energética. A descarbonização (sendo nesse campo o H2, Mobilidade e CCUS), e ainda, a descentralização e economia circular.

O Brasil, por sua dimensão, mostra que a maturidade do setor elétrico contribui para que o país possa liderar a transição energética da região. Lembra que prevista para 2028, a abertura de consulta pública para que consumidores escolham seu próprio fornecedor de energia no modelo de mercado livre, feita no ano passado deve impulsionar significativamente investimentos no setor, e fomentar parcerias com o ecossistema empresarial do país.